𝐏É𝐑𝐈𝐏𝐋𝐎 𝐏𝐄𝐋𝐀 𝐑𝐄𝐆Ã𝐈𝐎 𝐂𝐄𝐍𝐓𝐑𝐎: 𝐑𝐞𝐜𝐞𝐩𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐝𝐞 𝐕𝐌𝟕 𝐧𝐚 𝐂𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐞 𝐌𝐚𝐩𝐮𝐭𝐨...
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𝐏𝐫𝐞𝐳𝐚𝐝𝐨𝐬 𝐚𝐦𝐢𝐠𝐨𝐬,
𝐏𝐫𝐞𝐳𝐚𝐝𝐨𝐬 𝐢𝐫𝐦𝐚̃𝐨𝐬 𝐦𝐨𝐜̧𝐚𝐦𝐛𝐢𝐜𝐚𝐧𝐨𝐬
Na senda do cumprimento da agenda do Povo Moçambicano rumo à reconquista da nossa independência, estivemos em visita de trabalho aos distritos de Manica, Sofala e Tete. Foram intensos dias de trabalho e que privilegiamos o contacto com o nosso amado povo, e nos informamos sobre os desafios que enfrentam.
O Cenário que encontramos é desolador. A realidade que vivenciamos é de que ao longo dos 49 anos de independência, o único legado do povo moçambicano é a pobreza, a exclusão social, a incerteza de saber o que comer no dia de amanhã, enquanto um punhado de pessoas usa o que temos para enriquecer cada vez mais.
Encontramos, na província de Manica, o cenário devastador da miséria. Um povo desprovido de elementos básicos da sua sobrevivência. Um Povo sem acesso à educação, à saúde, à protecção social. Um povo dono da terra, mas transformado em enteado dela!
Na província de Tete, vimos rostos de pobreza, vimos o quanto o governo actual sequestrou a alegria de crianças e jovens. Vivenciamos os estragos da irresponsabilidade da máquina predadora de Recursos. Vimos uma província onde se gera energia eléctrica, mas os seus próprios filhos vivem na escuridão, abandonados e esquecidos.
Choramos e perguntamos: Como é possível que o povo Moçambicano, o povo de Tete, compre energia muito cara, enquanto nós somos os que a produzimos? Como é possível que tenhamos tanta riqueza e continuemos vivendo como mendigos?
Caros irmãos,
A desgraça vivida pelos irmãos de Sofala, foi igualmente vivenciada pelos nossos rostos. A força, coragem e determinação de luta do povo sofalense não passou despercebido nas nossas visitas. Vimos que os recursos do mar e florestais da província continuam a alimentar os criminosos que assaltaram o poder do povo. Esse assalto conta com a conivência de algumas empresas estrangeiras. Está na hora de repensar as nossas relações com Países que consideramos amigos.
Sentimos em cada olhar, o peso do desespero, do cansaço, de saturação pelo estágio cada vez mais infernal do nosso País. Sentimos no toque de cada mão e abraço trocado, a vergonha de viver num País governado em direcção ao fracasso.
Não obstante, encontramos em Manica, Tete e Sofala, rostos esperançosos pela nossa chegada. Homens e mulheres cientes de que já não importa o que passou. Hoje, importa aproveitar a ensejo de voltar a sonhar por mais uma oportunidade criada pela CAD. Hoje, inicia a epopeia da nossa libertação definitiva da escravatura imposta por aqueles que tinham a responsabilidade histórica de nos libertar. Hoje, estamos prontos para salvar Moçambique!
Por isso, reiteramos que o centro da nossa atenção é o Povo. As riquezas da comunidade devem beneficiar em primeiro lugar a comunidade de onde elas saem. O momento da mudança chegou e nós temos a obrigação de ser o veículo da Mudança!
É esta a nossa luta. É por isto que nascemos e é por Moçambique que estamos dispostos a lutar e a morrer.
Quero igualmente manifestar a nossa solidariedade com as vitimas dos raptos que tem estado a assolar os moçambicanos, em particular ao ocorrido há dias. Os raptos são o reflexos da captura e conivência do Estado moçambicano com os cartéis do crime organizado, instalados e dirigidos nos grandes gabinetes.
É minha preocupação pessoal acabar com este fenómeno que tem desgraçado a vida de muitos, e tudo está nas nossas mãos. Não vamos descansar até ao fim deste calvário sofrido pelos moçambicanos.
A nossa luta para o efeito já iniciou.
Moçambicanos,
Acompanhamos com apreensão as tentativas de juridicamente combater a nossa luta, debalde. Estamos prontos e sempre estaremos prontos para defender a nossa luta. Somos a esperança do Povo e as lutas que travamos são para este Povo. Não importam os actos praticados pelos nossos adversários, sejam eles quais forem, a nossa única certeza se ancora no facto de que NÃO SE PÁRA A REVOLUÇÃO DO POVO COM AS MÃOS!
𝐎𝐛𝐫𝐢𝐠𝐚𝐝𝐨 𝐌𝐚𝐩𝐮𝐭𝐞𝐧𝐬𝐞𝐬 𝐩𝐞𝐥𝐚 𝐜𝐚𝐥𝐨𝐫𝐨𝐬𝐚 𝐫𝐞𝐜𝐞𝐩𝐜̧𝐚̃𝐨...
𝐄𝐬𝐭𝐞 𝐏𝐚𝐢́𝐬 𝐞́ 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐨,
𝐒𝐚𝐥𝐯𝐚𝐫 𝐌𝐨𝐜̧𝐚𝐦𝐛𝐢𝐪𝐮𝐞!
Venâncio Mondlane
(𝐎 𝐜𝐚𝐧𝐝𝐢𝐝𝐚𝐭𝐨 𝐝𝐨 𝐏𝐨𝐯𝐨)